Re: Mundo Celestrin Canções de Ninar - Vilmara Bello

Muito interessante, gostei. Mas agora q ja estava sem sono, não vou dormir mesmo rsrsrs.

Ton

Enviado via iPhone

Em 26/01/2013, às 03:37, Cristiano Barbosa <cristianobarbosa25@gmail.com> escreveu:

> Canções de Ninar
>
>
> Eu, uma brasileira morando nos Estados Unidos da América, para ajudar no
> orçamento estou fazendo "bico" de babá e estudo. Ao cuidar de uma das meninas,
> cantei "Boi da cara preta" para ela, antes dela dormir. Ela adorou e essa passou
> a ser a música que ela sempre pede para eu cantar ao colocá-la para dormir.
>
> Antes de adotarmos o "boi, boi, boi" como canção de ninar, a canção que
> cantávamos (em Inglês) dizia algo como:
>
> Boa noite, linda menina, durma bem.
> Sonhos doces venham para você,
> Sonhos doces por toda noite... (Que lindo!)
>
> Eis que um dia Mary Helen me pergunta o que as palavras em português da música
> "Boi da cara preta" queriam dizer em inglês:
>
> Boi, boi, boi, boi da cara preta,
> pega essa menina que tem medo de careta...
>
> Como eu ia explicar para ela e dizer que, na verdade, a música "Boi da cara
> preta" era uma ameaça, era algo como "dorme logo, senão o boi vem te comer"?
>
> Como explicar que eu estava tentando fazer com que ela dormisse com uma música
> que incita um bovino de cor negra a pegar uma cândida menina?
>
> Claro que menti para ela, mas comecei a pensar em outras canções infantis, pois
> não me sentiria bem ameaçando aquela menina com um temível boi toda noite... Que
> tal... "nana neném que a cuca vai pegar..."
>
> Caramba... outra ameaça! Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto!
> Depois de uma frustrante busca por uma canção infantil do folclore brasileiro
> que fosse positiva e de uma longa reflexão, eu descobri toda a
>
> origem dos problemas do Brasil. O problema do Brasil é que a sua população em
> geral tem uma auto-estima muito baixa. Isso faz com que os brasileiros se sintam
> sempre inferiores e ameaçados, passivos o suficiente para aceitar qualquer tipo
> de extorsão e exploração, seja interna ou externa. Por que isso acontece?
>
> Trauma de infância! Trauma causado pelas canções da infância. Vou explicar: nós
> somos ameaçados, amedrontados, encaramos tragédias desde o berço! Por isso
> levamos tanta porrada da vida e ficamos quietos. Exemplificarei minha tese:
>
> Atirei o pau no gato-tô-tô
> Mas o gato-tô-tô não morreu-reu-reu
> Dona Chica-ca-ca admirou-se-se
> Do berrô, do berrô que o gato deu
> Miaaau!
>
> Esse clássico do cancioneiro infantil é uma demonstração clara de falta de
> respeito aos animais (pobre gato) e crueldade. Por que atirar o pau no gato,
> essa criatura tão indefesa? E para acentuar a gravidade, ainda relata o sadismo
> dessa mulher sob a alcunha de "D. Chica". Uma vergonha!
>
> Eu sou pobre, pobre, pobre,
> De marré, marré, marré.
>
> Eu sou pobre, pobre, pobre,
> De marré de si.
> Eu sou rica, rica, rica,
> De marré, marré, marré.
> Eu sou rica, rica, rica, De marré de si.
>
> Colocar a realidade tão vergonhosa da desigualdade social em versos tão doces!!
> É impossível não lembrar do seu amiguinho rico da infância com um carrinho de
> controle remoto, e você brincando com seu carrinho de plástico?
>
> Vem cá, Bitu! vem cá, Bitu!
> Vem cá, meu bem, vem cá!
>
> Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá!
> Tenho medo de apanhar.
>
> Quem é o adulto sádico que criou essa rima?
>
> No mínimo ele espancava o pobre.
>
> Bitu...
>
> Marcha soldado,
> cabeça de papel!
> Quem não marchar direito,
> Vai preso pro quartel.
>
> De novo: ameaça. Ou obedece ou se dana. Não é à toa que brasileiro admite tudo
> de cabeça baixa...
>
> A canoa virou,
> Quem deixou ela virar,
> Foi por causa da fulana
> Que não soube remar.
>
> Ao invés de incentivar o trabalho de equipe e o apoio mútuo, as crianças
> brasileiras são ensinadas a dedurar e condenar um semelhante. Bate nele, mãe!
>
> Samba-lelê tá doente,
> Tá com a cabeça quebrada.
> Samba-lelê precisava
> É de umas boas palmadas.
>
> A pessoa, conhecida como Samba-lelê, encontra-se com a saúde debilitada,
> necessita de cuidados médicos, mas, ao invés de compaixão e apoio, a música diz
> que ela precisa de palmadas! Acho que o Samba-lelê deve ser irmão do
>
> Bitu...
>
> O anel que tu me deste
> Era vidro e se quebrou.
> O amor que tu me tinhas
> Era pouco e se acabou...
>
> Como crescer e acreditar no amor e no casamento depois de ouvir essa passagem
> anos a fio?
>
> O cravo brigou com a rosa
> Debaixo de uma sacada;
> O cravo saiu ferido
> E a rosa despedaçada.
> O cravo ficou doente,
> A rosa foi visitar;
> O cravo teve um desmaio,
> A rosa pôs-se a chorar.
>
> Desgraça, desgraça, desgraça! E ainda incita a violência conjugal. Precisamos
> lutar contra essas lembranças, meus amigos! Nossos filhos merecem um futuro
> melhor!
>
>
> Vilmara Bello
>
> --
> - Grupo - Mundo Celestrin
>
> Parceiro do grupo:
>
> Site - Mundo Acessível:
> http://www.mundoacessivel.com
> ---
> Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Mundo Celestrin" dos Grupos do Google.
> Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para mundo-celestrin+unsubscribe@googlegroups.com.
>
>

--
- Grupo - Mundo Celestrin

Parceiro do grupo:

Site - Mundo Acessível:
http://www.mundoacessivel.com
---
Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "Mundo Celestrin" dos Grupos do Google.
Para cancelar a inscrição nesse grupo, envie um e-mail para mundo-celestrin+unsubscribe@googlegroups.com.

No Response to "Re: Mundo Celestrin Canções de Ninar - Vilmara Bello"

Postar um comentário

Photo Gallery