A Aposta
Era uma vez um homem chamado Juca, Juca não tinha medo
de nada, fazia qualquer tipo de aposta com as pessoas
daquela pequena cidade onde morava, dormia em cemitérios
à noite, passava a noite sozinho com defuntos, bebia
qualquer tipo de veneno que oferecesse a ele tudo isso
em troca de alguns trocados. E era assim que Juca levava
sua vida, ganhando um pouquinho ali, mais um pouquinho
aqui. Até que um dia apareceu naquela pequena cidade um
homem estranho, vestia uma capa preta botas e um capuz,
não dava nem para ver seu rosto, chegou logo perguntando
para as pessoas onde morava o homem da cidade que não
tinha medo de nada, pois queria fazer uma aposta com
ele. Juca logo apareceu se mostrando confiante diante do
estranho homem. O homem fez uma aposta com Juca, disse
que se ele cumprisse 3 aposta com ele, levaria a
quantidade de dinheiro que quisesse, Juca estranhou, mas
aceitou a aposta, não era agora que ele iria recusar uma
proposta, sempre foi tão corajoso, mas diante daquele
homem estranho, Juca se sentiu um pouco apreensivo, um
arrepio tomou conta de seu corpo, mas resolveu aceitar a
aposta, pois cobraria muito dinheiro daquele homem,
sabia que venceria as apostas e assim aceitou-as. O
homem estranho lhe entregou um pequeno pedaço de papel,
ali estava a primeira aposta que Juca teria de cumprir,
o homem disse que assim que ele cumprisse a primeira
aposta, ele voltaria para lhe entregar a segunda, Juca
ficou desconfiado, mas aceitou. Naquele papel dizia "vá
a meia-noite no cemitério, desenterre uma cruz de um
túmulo e traga para mim, essa vai ser a minha prova".
Quando Juca terminou de ler o papel deu risada, pois a
prova era muito fácil, ele iria ganhar. Juca fez o
combinado e quando estava voltando para casa, deu de
cara na porta do cemitério com o homem estranho, Juca
sentiu medo naquela hora, havia levado um susto. O homem
disse a Juca que a primeira prova estava cumprida, e lhe
entregou outro pedaço de papel, Juca abaixou a cabeça
para ler o papel que estava escrito "pegue um gato preto
e uma galinha preta, retirar o coração dos dois e
enterre-os debaixo de uma figueira, pegue essa cruz que
você trouxe do cemitério e marque o lugar onde você os
enterrou" Juca terminou de ler o papel, seus olhos se
levantaram procurando o homem que já havia sumido diante
da escuridão do cemitério. Juca foi para casa e mal via
a hora de chegar logo o outro dia à noite para cumprir a
segunda parte da aposta. Chegou finalmente a hora de ir
atrás do gato e da galinha, não foi tão difícil achar os
bichos, o difícil foi achar o pé de figueira, mas enfim
Juca conseguiu cumprir a segunda parte do acordo, quando
estava voltando para casa novamente deu de cara com o
estranho homem que disse "Parabéns Juca, agora só falta
a terceira e última prova para você ter tudo que você
sempre quis." O homem entregou outro pedaço de papel
para Juca, estava escrito "vista-se com uma fantasia e
passe a próxima noite de lua cheia debaixo dessa mesma
figueira que você enterrou os corações e a Cruz". Após
ter terminado de ler o papel, Juca riu para o homem e
disse: "Isso vai ser muito fácil, vou ganhar essa aposta
e você vai ter que me dar muito dinheiro". O homem então
disse: "Não vai ser tão fácil como você imagina, mas
para facilitar para você, eu trouxe comigo uma fantasia
que vai lhe cair muito bem". O homem entregou uma caixa
para Juca e mais uma vez disse: "Na próxima lua cheia
vista-se com a fantasia que está dentro dessa caixa, e
após a aposta cumprida, você terá tudo que sempre quis".
O homem foi embora e Juca foi para casa, ansioso para
que chegasse logo à noite de lua cheia. Passados alguns
dias, finalmente chegou à lua cheia, Juca se apressou em
vestir à fantasia que parecia ser feita da pele de algum
bicho, tinha pelos, no lugar da cabeça tinha um capuz e
no capuz tinha um par de chifres, na parte dos pés,
tinha um casco como se fosse casco de um bicho também,
enquanto Juca se vestia nem notou que a fantasia servia
direitinho nele, parecia até que ele estava vestindo uma
segunda pele, no lugar dos cascos, Juca também nem notou
que seus pés cabiam certinhos. Mas enfim Juca logo se
dirigiu para debaixo da figueira e passou a noite lá,
quando estava prestes a amanhecer, o homem apareceu
diante de Juca e disse: "Finalmente a aposta está
cumprida Juca, como eu disse, agora você vai ter tudo o
que quiser, assim como eu tenho, Juca levantou-se e
tentou tirar a fantasia, mas não conseguia, aquilo era
realmente a sua pele, seus pés eram os cascos na sua
cabeça cresciam os chifres e ele cheirava a enxofre,
Juca ficou assustado e perguntou ao homem o que estava
acontecendo, quando o homem tirou o capuz, a capa e as
botas que cobriam seu corpo, ele era igual àquela
fantasia que Juca estava vestido. O homem então falou:"
Parabéns Juca, agora você é como eu, eu era como você,
não sentia medo de nada, aceitava qualquer aposta, até o
dia que fizeram essa aposta comigo e desde aquele dia eu
sou assim, eu tenho essa forma, mas a partir de hoje
quem vai carregar esse corpo vai ser você até o dia que
você achar outro trouxa sem medo de nada para fazer esta
mesma aposta com ele". O homem foi mudando de forma,
ficou com a aparência de Juca e Juca ficou como era o
homem, com aquele corpo peludo, chifres e cascos em vez
de pés com um forte cheiro de enxofre,o homem sumiu e
Juca deu um grito de horror, pois sentiu um medo
profundo, como jamais havia sentido na sua
vida............
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Mundo Celestrin A aposta
09:31
Ricardo
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